A vida as 18:00 de um dia chuvoso...
Bucólico? Não...
A cada dia uma nova agonia vitoriosa, um novo sentido sem sentido, uma nova busca duvidosa... Talvez, quem sabe, não sei, poderia, será?
É incrível ver as ondas do mar, não é apenas uma cena poética e linda, mas uma forma de visualizar e entender este movimento de ida e vinda que é a vida. Para sempre a lei do eterno retorno. Sempre o princípio e o fim seguem abraçados, pois para um basta o outro.
CANÇÃO (1)
(Cecília Meirelles)
Pus o meu sonho num navio
e o navio em cima do mar;
depois, abri o mar com as mãos,
para o meu sonho naufragar.
Minhas mãos ainda estão molhadas
do azul das ondas entre abertas,
e a cor que escorre de meus dedos
colore as areias desertas.
O vento vem vindo de longe,
a noite se curva de frio;
debaixo da água vai morrendo
meu sonho, dentro de um navio...
Chorarei quanto for preciso,
para fazer com que o mar cresça,
e o meu navio chegue ao fundo
e o meu sonho desapareça.
Depois, tudo estará perfeito;
praia lisa, águas ordenadas,
meus olhos secos como pedras
e as minhas duas mãos quebradas.
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