Silent Lucidity: Chuva

terça-feira, 14 de outubro de 2008

Chuva



A vida as 18:00 de um dia chuvoso...

Bucólico? Não...

A cada dia uma nova agonia vitoriosa, um novo sentido sem sentido, uma nova busca duvidosa... Talvez, quem sabe, não sei, poderia, será?
É incrível ver as ondas do mar, não é apenas uma cena poética e linda, mas uma forma de visualizar e entender este movimento de ida e vinda que é a vida. Para sempre a lei do eterno retorno. Sempre o princípio e o fim seguem abraçados, pois para um basta o outro.

CANÇÃO (1)

(Cecília Meirelles)

Pus o meu sonho num navio

e o navio em cima do mar;

depois, abri o mar com as mãos,

para o meu sonho naufragar.

Minhas mãos ainda estão molhadas

do azul das ondas entre abertas,

e a cor que escorre de meus dedos

colore as areias desertas.

O vento vem vindo de longe,

a noite se curva de frio;

debaixo da água vai morrendo

meu sonho, dentro de um navio...

Chorarei quanto for preciso,

para fazer com que o mar cresça,

e o meu navio chegue ao fundo

e o meu sonho desapareça.

Depois, tudo estará perfeito;

praia lisa, águas ordenadas,

meus olhos secos como pedras

e as minhas duas mãos quebradas.

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