Silent Lucidity: fevereiro 2009

quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

Palavras...



Resolvi escrever, levantar o tapete e retirar a poeira.

Passei dias sem vontade de escrever aqui, ou até mesmo sem inspiração. Sem ter alguma motivação real que me fizesse parar, sentar e escrever para o blog. Neste tempo escrevi sim, mas outras coisas que não convém apresentá-las aqui. E qual o motivo disso? Eu mesma desconheço. Fiquei buscando temas e palavras que pudessem caber no momento, mas não as encontrei. Refletindo sobre isso resolvi pensar sobre “não conseguir escrever”. Bobagem? Quem sabe... Mas acontece!

Há alguns meses atrás, na faculdade, foi pedido para que individualmente escrevêssemos um artigo cientifico sobre nossa experiência no estágio, relacionando com algum tema que achávamos pertinentes. Com os temas já selecionados e resolvidos, fomos escrever e... Pronto, tudo ficou escuro. Aqueles que se mostravam empenhados e ligeiros na escrita se deram conta de como aquilo poderia ser complicado, mesmo com a habilidade no uso das palavras. Ouvia minhas colegas dizendo: “Não consigo escrever.” E isso também aconteceu comigo. Deparei-me com o tema, fui em busca de livros que pudessem me auxiliar, li, fiz anotações, e claro, havia a própria experiência ... Enfim, possuía o que precisava em mãos e mente, contudo, me faltavam palavras para conseguir expressar aquilo que realmente desejava.
E isso se torna complicado quando passa a ser uma vivência constante, pois podemos nos deparar com a elaboração de um muro entre o pensamento e as palavras. Considero que ao invés de um muro concreto que impede os nossos olhares a adentrarem e visualizarem o que está do outro lado, é preciso ter uma ponte, pois ela é um meio de ligação e não de rompimento.

Nos últimos dias tenho tido conversas expressivas e intensas e tento esmerar-me para construir boas pontes.

Mas voltamos às palavras... O que escrever quando não se sabe o que? Meu professor de Fundamentos e metodologia do ensino de língua portuguesa disse em sala que é bom começarmos sempre com um artigo ou com uma frase boba, mas é importante começar. Dizem por ai que o primeiro passo é o mais difícil, talvez.

Quando estávamos para escrever o artigo já citado, minha professora fez um exercício conosco que consistia em escrevermos durante alguns minutos sem parar. Não podíamos deixar a caneta parada. No início saia umas “abobrinhas”, mas com menos de um minuto de escrita, as palavras já se apresentavam mais claras e coerentes com a proposta que contínhamos para tal atividade. Este é um bom exercício.

Onde moram as palavras? Onde moram as palavras não ditas? Gostaria de saber. Considero importante nos expressarmos sobre o que pensamos e sentimos, porém quando não conseguimos fazer isto, onde tudo vai parar? “De onde quer que tudo venha, tudo irá pra onde nada nunca se alcança” (Amargo). Talvez, por vezes, não consigamos mesmo chegar às palavras certas para tentar dizer o que queremos. Incluo-me em tudo isso.

Mas o que é pior... Ter as palavras e não dizer ou não saber as palavras e dizer? O silêncio interrogativo ou o talvez duvidoso?

segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009

E agora Zeca?


Ontem foi um dia especial, que me fez pensar até que ponto eu me sinto motivada em chegar à uma pessoa/ alguma coisa que eu goste. E eu fui. Sai de casa embaixo de um sol escaldante, acho até que se colocasse um tomate na minha testa ele fritaria tranquilamente. Fui até a praia Brava pra ver o Zeca Baleiro. Praia Brava? E não é que fui mesmo. Khell e praia é uma combinação fora do comum. Logo, é perceptível a ideia de que ser tiete não é muito fácil, e não é mesmo.

Conseguir lugar na frente foi uma maratona, mas cheguei lá.
O sol, o número excessivo de pessoas, o pequeno espaço, a areia, enfim, as coisas que me incomodavam passaram longe quando o descontraído subiu no palco. E agora Zeca? Toca aí. E o que eu ouço? As músicas que adoro.

Com um jeito brincalhão e um comportamento livre e leve, Senhor Baleiro mostrou-se empolgado. Presenciei um pouco mais de 1 hora de show com entusiasmo. As músicas eram cantadas fervorosamente, por mim e pelo público. Teve até espanto com a minha alegria. Mas alegria é contagiante. E claro, que bom que posso viver tais momentos.

Por vezes vejo o mundo como uma corrida contra o tempo. As pessoas correm e correm sem saber ao menos pra onde vão. A história de Alice, autoria de Lewis Carroll, é semelhante. Ela corre, corre, atrás de um coelho que vive dizendo: “Oh puxa! Oh puxa! Eu devo estar muito atrasado!”. Entretanto, a personagem dos cabelos claros desconhece o destino para onde aqueles passos estão à levando. E a vida das pessoas se tornou um pouco de Alice. E onde quero chegar com isso? Não quero chegar, porque não creio em paradas eternas, mas a questão é a alegria. Não estou falando em ficarmos parados para rir, mas sim aproveitarmos os bons momentos, e mais ainda, termos bons momentos para serem aproveitados. Estou falando em correr menos para não se sabe onde, e viver mais aquilo que se sabe. Fico contente porque na minha vida estes momentos proveitosos e intensos ainda são vividos. O show do Zeca foi um deles, e saber retirar o máximo de alegria é o que podemos fazer, e foi o que fiz. O relógio da pressa foi quebrado e naquele momento o que eu queria ver e viver, eu estava vendo e vivendo. A vida não parou, mas a correria sim. E é maravilhoso poder sentir os momentos sem a pressa. Apenas se entregar à vida.
As últimas semanas têm se mostrado desta forma... Intensas. Vivi momentos ótimos. Semana passada fui para o Iate Casablanca no Dark Summer Night (Festenhaaa Dark Metal), fui ao show do Dr. Sin (estava óteeemo) e fui ao show da Möngrel. As férias ainda não acabaram e nem minha vida. Muitas e muitas alegrias ainda estão por vir.

Isso me faz lembrar o show do Queensrÿche, pois foi uma das melhores sensações da minha vida. Lembro que minha pilha havia se revoltado contra mim e não conseguia bater as fotos que tanto queria, mas meu companheiro de show olhou pra mim e disse: “Olhe para o palco, curta o momento, pare de se preocupar com a câmera”. E ele fez uma consideração importante. Posso eternizar os momentos na mente, e lembro muito bem do show todinho. E parece que quando nos entregamos, além de tudo ficar mais gostoso, as coisas parecem que fluem melhor. Quando não me preocupei mais com as pilhas, elas voltaram a funcionar. Hoje, além da memória ativa do Queensrÿche na minha frente, também tenho fotos encantadoras e inspiradoras. (Queensrÿche é minha banda preferida).
Ó, já estou falando do Rÿche, mas voltamos para o Zeca...

Os percalços foram muitos, mas não se mostraram farpas comprometedoras. Foram vivências. Pelo menos agora conheço um pouco mais do norte da Ilha, e o melhor, vi e ouvi Zeca Baleiro.
Ver e ouvir as canções ultrapassaram qualquer aborrecimento que havia passado até então. O Senhor Baleiro me cativa. E como Saint Exupéry nos diz: “Tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas.”

A sensação foi a melhor possível. O Zeca saiu do meu Winamp e estava na minha frente.
Um show que contemplou os grandes sucessos e os novos, porém, algumas das minhas canções preferidas não foram tocadas.

As músicas estavam com uma roupagem diferente, pois a banda não estava completa. A maioria delas apresentava um arranjo mais lento, e não ficou ruim, ficou diferente.

Ganhei balas? Também, mas ganhei muito mais. Ganhei inúmeros doces e também uma palheta branca, o que me deixou feliz!

Sei que parecia uma ET fora da casinha no meio de tantas pessoas praieiras, mas eu estava ali pra ver o show e mais nada. Por isso, me fiz de tonta com os olhares. Eu simplesmente não me considero uma torrada ambulante ou um croquete pra ficar torrando num sol e rolando na areia. Respeito quem goste, mas essa vida não é pra mim. Prefiro uma boa noite fria, uma vestimenta mais aconchegante e envolvente. Prefiro também cuidar mais da pele, afinal, com meus 50 anos eu não vou querer ver os efeitos nocivos do sol. Assim, me cuido desde já. Poupe-me das rugas antecipadas.

E agora Zeca? Estou esperando mais um show, mas, por favor, na praia Brava não!


Segue a letra da música Eu detesto coca light... E eu detesto qualquer tipo de coca. hehehe. Vou ouvir um pouquinho de Dio para a minha alegria.
Namastê!


Eu detesto George Bush desde a guerra do Kwait
Não quero que tu te vás mas se tu queres ir vai-te
Quero adoçar minha sina que viver tá muito diet
Danação é cocaína mesmo quando chamam bright
Gosto de você menina mas detesto coca light
Gosto de sair à noite de tomar um biri night
Jurubeba tubaína Johnny Walker Black White
Me afogo na cangibrina caio no tatibitáti
Tomo cinco ou seis salinas feito fosse chocolate
Engulo até gasolina mas detesto coca light
Fazem da boate igreja da igreja fazem boate
Poem veneno na comida cicuta no abacate
Eu cuido da minha vida não sou boi que vai pra o abate
Podem cortar minha crina podem partir pra o ataque
Podem me esperar na esquina mas detesto coca light
Deus é o juiz do mundo ele apita o nosso embate
Nem Carlos Eugênio Simon nem José Roberto Wright
A partida não termina prorrogação e penálti
A torcida feminina dá o molho ao combate
Aprendo o que a vida ensina mas detesto coca light
Tolerância zero fome zero coca zero
No quartel do mundo eu sou o recruta zero
Quero quero tanta coisa
E só me dão o que não quero

 
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