Cansa estar cansada

Dezembro é o mês do cansaço. O corpo já não obedece o que o cérebro tanto insiste em dizer. O cérebro já não quer mais insistir tanto. O tanto já nem enche mais um copo. O copo foi trincado de tanto uso pelo caminho. O caminho foi  prazeroso, tortuoso e cansativo. O cansaço foi chegando devagar. Chegou!

Cansaço do cansaço. 

Bastidores

Ah, os bastidores! Se formos bem a fundo, os bastidores podem nos revelar tanto sobre o que está para além do nosso alcance. 

Bastidores, muitas vezes, escondem o outro lado da história. Aquele lado que "é melhor ninguém ver". Um lado, talvez, demagógico e hipócrita, porém, um lado. 

Infelizmente, alguns bastidores fazem parte do nosso cotidiano e temos que ver oprimidos concordando com opressores. São as incríveis facetas da vida humana. 

If blood will flow when flesh and steel are one

Drying in the colour of the evening sun

Tomorrow's rain will wash the stains away

But something in our minds will always stay

(...)

On and on the rain will fall

Like tears from a star

Like tears from a star

On and on the rain will say

How fragile we are

Sting

O luxo do ócio

Quando me deparei com os afazeres da vida, percebi que escrever num blog virou artigo de luxo. O fato de trabalhar o dia inteiro suga muito da minha parte cerebral pensante e também da minha disposição física em sentar numa cadeira e escrever. É! Dizem que o trabalho enobrece o homem. Ok. Mas ao ponto de viver só para ele? Sinto falta de muitas coisas. Mas, em determinados momentos, é preciso abdicar de algumas coisas. Claro, este é o capitalismo! ¬¬ Eu quero um pouco de ócio produtivo! 

Minha irmã estes dias me perguntou o motivo de trabalharmos tanto. Afinal, onde queremos chegar? 

Eu gosto muito do meu trabalho. Ser professora é emocionante. Muitas vezes já me peguei com lágrimas nos olhos durante uma explicação ou numa resolução (momento eureka) de uma criança. É como se eu pudesse mexer, pelo menos um grãozinho, na vida dos alunos. É muito bom! Não, não, isso não é vocação ou missão, isso é profissão! Porém, por vezes, esqueço de mim, esqueço das minhas particularidades de tanto respirar escola, escola, escola! 

E assim o tempo vai passando. Os anos vão se passando. 

Ele... Ídolo...

É hoje!!!!

Vou ver minha inspiração!

http://blogessinger.blogspot.com.br/2012/04/disc-cm-nta-de-rdape.html

Era uma... Sua vez.

Era uma vez um "eu" que pensava e repensava mudanças. "Eu" adorava devagar por suas obras mentais relacionais, vivenciadas em um mundo paralelo, distinto do que os olhos vorazes poderiam atingir.
Nas questões entrelaçadas, voltadas à uma parte de uma marcante tendência magnética e vibrante, "eu" mantinha sua efemeridade adormecida em um campo apagado, na perspectiva de esmerar-se em outro estar.
"Eu", era nada mais do que um olhar ao horizonte, na busca de encontrar o que está pra lá do lado de lá.

Na real 

(EngHaw)

Encontrei depois de tanto tempo

Viajei... passei o passado a limpo

Dei um rewind revi tudo em fast-forward

Encontrei depois de tanto procurar

Será que você existe?

12h há mais de uma semana

Piscam as luzes no videocassete

12 meses...lá se vai um ano

E o outono parece não passar

?será que você existe?

Encontrei depois de tanto tempo

Em vidas passadas

Em noites passadas em branco

Olho para o lado e nada vejo

Já não sei o que é verdade e o que é desejo

Será que você existe?

Será fruto da imaginação?

Miragens, fantasmas, ovni's

E o que mais for preciso para ser feliz

Meu coração visionário tá legal

E dispensa comentários

Ele nem pensa na real

Será?

Miragens, fantasmas, viagens no tempo

Será que você existe?

Será?

Delírio, desejo, vozes e visões

Fruto da imaginação?

Pois bem, bem, bem...

.

Creio que chegou o tempo de desenterrar de vez as lamúrias passadas e coloca-las como uma prática real a inovadora, através de um sonho permitido ser verdadeiro e uma realidade permitida ser sonhada. Depois de muitos anos almejando e declarando forças, eis que reconheço o momento em que verdadeiramente vou poder dizer "SIM, é isso, Khell. Valeu a pena cada momento de desapego e de esforço físico e mental. " Ha, Khell!!

Agora sim!!!

Novas portas trazem novas visões.

Existe algo entre meus pensamentos e minha constante irrealidade bucólica.

E um beijo para o meu ruivo!

Namastê...

In silent lucidity.

A saudade

" A saudade é um filme sem cor que o meu coração quer ver colorido. " (Zeca Baleiro)

Há alguns meses atrás, desencarnou uma das pessoas mais importantes na minha vida. Senti, chorei, refleti... Ao longo deste tempo, todos os dias, eu sinto saudades.

Mas o que é a saudade? Um vazio? Uma dor? Uma sensação estranha? Talvez seja tudo isso junto.

A saudade é uma constante que, por vezes, chega a rasgar um pedaço da alma. Sinto saudade, não apenas da minha Lau, mas de tantas outras pessoas e coisas.

Estou em momentos que me exigem algumas complicadas tomadas de decisões. Não é fácil buscar soluções onde nem mesmo sabemos onde e como encontra-las. Porém, ainda há muito o que pensar e muito o que e como decidir. E a saudade? A saudade é um elemento fundamental neste caminho de reflexões. Ao mesmo tempo em que ela se faz doer, também se faz um impulso para buscar as tais respostas. " A saudade é prego e parafuso. Quanto mais aperta tanto mais difícil arrancar. "

Não posso deixar de comentar que sinto uma saudade enorme da escola que dava aula ano passado. Minha querida Beatriz.

E no meio de tanta saudade, vou traçando minha vida.

Por ironia do mundo, ou não... estou dando aula na escola em que estudei da primeira à oitava série.

No curso de formação para professores no ensino de ciências, a orientadora do curso nos disse para trabalharmos com o conceito de vida. Isso com alunos do quinto ano do ensino fundamental. Mas, o que é vida? As respostas são tantas e tão complexas. Quando acaba e começa uma vida? Você sabe?

Eu ainda não.

Que coisa bem boa!

Vejam só!

A Lei de Resíduos Sólidos foi sancionada pelo presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, nesta segunda-feira (2), em Brasília. O ministro das Cidades, Marcio Fortes de Almeida, acompanhado do secretário Nacional de Saneamento Ambiental (SNSA), Leodegar Tiskoski, participou da solenidade.

A lei institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) que regulamenta a destinação final dos lixos produzidos. Entre as diretrizes do PNRS está a proibição do lançamento de resíduos sólidos em praias, rios e lagos, e queimadas de lixo a céu aberto. A política incentiva também a reciclagem e compostagem – transformação do lixo em adubo – e proíbe a coleta de materiais recicláveis em lixões ou aterros sanitários.

Os municípios são os titulares do serviço público de saneamento, conforme a Lei Nacional de Saneamento Básico. Além dessas diretrizes a PNRS estabelece:

- Incentivo a cooperativas de catadores;
- planos de resíduos sólidos;
- educação ambiental;
- inventários e o sistema declaratório anual de resíduos sólidos;
- coleta seletiva.

A lei estabelece a responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida dos produtos, o que abrange fabricantes, importadores, distribuidores e comerciantes, além dos consumidores e titulares dos serviços públicos de limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos.

Uma das prioridades é a articulação dos governos estaduais, municipais e federal, além da sociedade civil, para a construção de políticas públicas de resíduos sólidos integradas.

Com a PNRS o país passa a estabelecer princípios para a elaboração dos planos regionais, estaduais e nacional de resíduos sólidos, contribuindo para a cooperação entre os poderes na busca de alternativas para os problemas socioambientais, e a valorização dos dejetos por meio de geração de emprego e renda.

Ministério das Cidades

Quanto custará?

Quanto custará a árvore de natal deste ano?

Florianópolis já viveu em sua história, no natal de 2009, um escândalo esdrúxulo: uma árvore super, mega, ultra, power faturada. Foram 3,7 milhões de reais em uma unica árvore. Que por sinal, não era tão bonitinha assim.

E neste natal? O que nos aguarda?

A árvore da Beira-mar já começou a ser construída, quanto custará dos nossos bolsos? 3,7 milhões de reais investidos na educação ou na saúde fazem muita diferença. Fico imaginando como poucos "milzinhos" já fariam bem para onde trabalho. Hoje, por exemplo, tive que comprar com meu próprio dinheirinho o que precisava para fazer uma atividade com as crianças. Quantos de nós, professores, não fazemos isso? Por que? Falta estrutura, falta organização e falta VERBA! "Educação não precisa tanto, os professores lá vão dar um jeito". E damos. Chegamos a pagar por isso. Eu pago, minha colega paga e até temos uma caixinha para emergências. Eu poderia não comprar nada, mas, não consigo não proporcionar momentos diferentes. Momentos estes, que extrapolam o sulfite branco mandado pela prefeitura. Ah! Sem falar do nosso "salário"... =/

Florianópolis. O que acontece com esta cidade? Ahhhh, Nossa Senhora do Desterro... seus nativos, sua gente, seu sotaque rapidinho, rapidinho que vai rápido toda a vida.

Nossa Desterro virou Florianópolis e foi se perdendo. Atualmente é pensada para quem vem de fora, esquecendo totalmente quem é daqui. Estamos sendo engolidos pelo descaso. Nosso sotaque vai ficar nos dicionários dos manés. Nossa renda vai ficar ficar na memória dos livros. Nosso balaio se metamorfoseará em cavalos de bruxas esquecidas no passado. Ilha da magia de quem? Para quem? Que magia?

Desterro, Desterro... terras de Cascaes, de artistas, de Kelly's, de Marias, e por ai vai...

Preciso de milhares de doses de melhoras. Minha saúde está cada vez mais longe de melhorar e eu já ando cansada de não me curar.
E isso nem é tão importante em um mundo repleto de informações virtuais. Só mais uma pra constar.

Ah, sobre o post anterior... o caso foi arquivado. Pois é, o dinheiro saiu lucrando.


Música boaaaaaaaaaaaaa!!!!!!!!!!!!!!!!!! Isso importa!
http://www.youtube.com/watch?v=4rX86EZQ68I&feature=

Pois bem. Sentei aqui no pc para escrever um pouco. Ontem,ao chegar em casa depois de um dia de trabalho intenso, fui conversar com meu namorado, como sempre fazemos,para compartilharmos nossos dias, novidades, afazeres, opiniões e essas coisas. Assim, ele me contou sobre o último ocorrido na capital de Santa Catarina: o estupro de uma adolescente estudante de um colégio tradicional de Florianópolis. Os estupradores? Três adolescentes da classe alta e filhos de sujeitos abonados, entre eles, um Sirotsky (RBS TV).
Marcaram um encontro com a garota, deram um boa noite cinderela e a levaram para a casa da mãe do Sirotsky. Lá estupraram a garota. A mãe chegou, se assustou, mas na tentativa de proteger seu filho, omitiu o que realmente estava acontecendo e ligou para a família da vítima dizendo que haviam feito uma festa na ausência dela e que teriam bebido demais. A família foi busca-la e aos poucos a adolescente foi acordando e entrando num estado de desespero.
Agora vou eu dar o pitaco. Bom, eu trabalho em um projeto com crianças e adolescente em risco. Ouço e mais ouço histórias sobre violências, abandonos e muitas barbaries. Mas, para a sociedade, as crianças e adolescentes para qual dou aula já são potencialmente “marginais”, e “bandidos”. Um caso desse vindo de um deles seria “normal”. Normal? O que difere meus queridos alunos, estudantes de escola pública, de três garotos do Colégio Menino Jesus ou do Catarinense? O DINHEIRO! Infelizmente. Caráter? Valores? Ética? Moral? Hábitos? Coletividade? Isso não vem da classe social, mas sim, da forma com que as instituições sociais, principalmente a família, desenvolvem tais elementos nas crianças.
Tenho alunos que, apesar de morarem no morro e fazerem parte da esfera rejeitada da sociedade, JAMAIS fariam um ato tão brutal como este. Porque apesar das dificuldades, não são a metade do que a sociedade “acha” que são. E, por mais que possam não acreditar, meus pequenos tem valores. Não estou aqui dizendo que em comunidades com poder aquisitivo menor é tudo lindo. Temos vários casos que nos comprovam isso. Porém, o que quero dizer é que isso não atinge apenas os supostamente “pobres”, mas sim, todos que possuem falha de caráter.
O que faltou na vida desses três garotos? Atenção? Amor? Sorrisos? Talvez. Mas, tenho certeza que não faltou roupas caras, brinquedos caros, computadores de última geração, mpTUDO, shoppings, muitas compras e muitos mimos. POUCOS VALORES e isso vem de berço, não de bolso.
Como são filhos de indivíduos influentes, muito provável que a impunidade mostrará sua face (O filho do Sirotsky já foi para os Estados Unidos). Caso fossem da classe baixa, seriam julgados por um juíz que poderia dar o parecer de que iriam para L.A (Liberdade Assistida com acompanhamento de uma quipe especializada) ou iriam para o projeto São Lucas. Entretanto, são da alta classe e, quem sabe, continuarão com suas vidas, achando que tem o rei na barriga e sendo protegidos por seus pais. Pais? Que pais são esses que protegem um ato tão bárbaro como este? Não seria a vez de deixar os filhos serem julgados, apesar da decepção, para que assim, possam aprender a lidar com a consequência de seus atos? Não seria melhor ensinarem seus filhos a respeitar os indivíduos que compartilham com eles o viver? Não seria melhor mostrar o caminho justo e honesto? Não seria melhor mostrar a reflexão? Abafando e cobrindo com panos quentes uma brutalidade dessas, acreditem, isso poderá acontecer novamente. E ai? Vão continuar achando que são os donos do mundo? Que podem fazer o que quiserem com qualquer um?

Torço muito para que a justiça seja feita e, que os três garotos que cometeram um crime, possam ter as consequências cabíveis, assim como os meus alunos teriam.

Quero deixar aqui meu sincero afeto e carinho pelos meus 90 alunos que me mostram a cada dia que, mesmo com as dificuldades, são crianças e adolescentes de caráter e sinceridade.
Eu defendo: caráter vem de berço (família, educação) e não de bolso!

Kelly, professora da rede pública de Florianópolis, cérebro pensante, mãos na arte e pés nas nuvens.

Para seguirem os casos absurdos de Florianópolis: http://www.tijoladasdomosquito.com.br/

Foi dia 19, mas, só agora consegui sentar no pc e colocar uma foto.

Foto: Minhas eternas!

Foi um dia especial que deixou uma saudade enorme. Obrigada colegas, amigas (os) e família por compartilharem este momento comigo.

Obrigada, amor!!

Agora sim, professora formada e já atuando!!