Silent Lucidity: janeiro 2009

segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

Achei minha dopamina



Dias atrás estava pensando e me indagando por onde andavam minha dopamina e minha serotonina.

Estava entrando em colisão comigo mesma por tanta calmaria na minha vida. E isso é estranho, já que tudo soava de forma eletrizante, animadora e agitada. Minha vida, até então, vinha se mostrando explosiva, não nas minhas ações, mas nos meus sentimentos. O que vivi, o que vivo, sempre foram intensos demais e encarados de tal forma. Não deixo passar. Agarro com todas as forças, com todos os sentidos. Isso é dopamina em excesso. Isso é deixar-se mover, sacudir-se. E também, a meu ver, era mais que um estado de espírito, era a Khell por Khell. Não estou falando aqui em impulsividade, pois até mesmo nas minhas explosões possui calmaria. Reflexões e cautela, também estiveram e se mantém presentes.

Mas, ainda tenho a capacidade de surpreender-me comigo mesma. E claro, é bom! Quando dei-me conta, a calmaria que existia dentro das explosões estava sobressaindo todos os choques. Tudo ficou azul. Um céu azul. Um mar azul. E o mergulho foi dado. Um mergulho dentro da Khell. Reconheci e até conheci certos caminhos, certas vontades. E a calmaria se fez calmaria. E o mundo se apresentou de forma branda. Uma balança convincente.

Dopamina e serotonina juntas. Um fato curioso, já que uma sempre se destacou da outra. Entretanto, sentia falta da dopamina. Por ande andava? Sempre foi meu impulso, meu combustível maior. Tenho um fator motivador chamado paixão. Não me refiro aqui apenas às pessoas, mas à tudo. Sou uma eterna apaixonada e me deixo levar por esse sentimento. Apaixono-me por lugares, músicas, animais, livros, enfim, pelos elementos que compõem este mundo.

Quando me encontrei naquela calmaria toda, intriguei-me. Mas compreendi que aquele era o momento de aprender, de absorver as lições e aproveitar tudo que deveria. Respirar o ar da suavidade, olhar com os olhos calmos. Porém, ainda queria minha dopamina, ela é minha inspiração. Sem ela, como poderia me defrontar comigo mesma? Eis que ela surge! E melhor ainda, surge ao lado da calmaria. Explodi com leveza, com harmonia e até mesmo com certa lentidão.

Quando percebi, a música já havia se apropriado de mim, me tomado. Apaixonei-me. E apesar de apaixonada, mantenho-me no estado de tranqüilidade. Mantenho os pensamentos livres e leves.

Minha paixão? Baba Hanuman - Krishna Das.
Encontrei mais um pedaço de mim, mais uma parte. Encontrei e tomei mais um pouco da bebida da felicidade e da alegria.


Mas a vida é oscilação. Que venham as próximas aventuras. A fase atual me deixa profundamente encorajada e segura para os novos trilhos.

sexta-feira, 23 de janeiro de 2009

Hey, Mr Banker



Enquanto a espinha aguentar, enquanto a guitarra soar, Rock’n Blues vai me fazer respirar.

Acho engraçado quando as pessoas me perguntam: “Vc é metaleira? Roqueira?” O que poderei responder? Sou isso e muito mais.
Não vivo sem meu Rock and Roll, meus metais, mas não me resumo apenas à estes dois estilos. Nem poderia, talvez. Mente aberta, e isso se prolonga para os ouvidos. Aprendi a ser musicista aberta, pronta pra ouvir tudo que dizem ser música. Mas veja, que “dizem” ser, pois entre o dizer e o ser, existe um longo caminho. Algumas coisinhas que tocam por aí, realmente nem chego a considerar uma construção musical de verdade. Quem sabe uma tentativa...

Adoro contemplar o que possui consistência musical, por isso, não consigo dizer que sou alguma coisa, porque sou um pouco de cada coisa, sou tudo de muitas coisas. Eu sou do Rock, do Blues (muitoooo blues), do Metal, das Clássicas, das Óperas, da New Age, das músicas indianas, da Celta, da MPB, da Bossa, do Jazz e de outras coisas mais.

Projetos musicais. No presente e futuro. Acho que vai...

Nos últimos dias tenho ouvido muito Lynyrd Skynyd. Aquele mix maravilhoso de Rock e Blues que me faz arrepiar. Isso me faz lembrar a primeira vez que vi o Lyra. Com a camisa do Lynyrd, todo sorridente. Já se passaram quantos anos? Quatro, cinco... Amizade de longa data.

Red, White And Blue
Lynyrd Skynyrd

We don't have no plastic L.A.
Friends,ain't on the edge of no popular trend.
Ain't never seen the inside of that magazine
GQ.We don't care if you 're a lawyer,
or a texas oil man,
or some waitress busting ass in some liquor stand.
If you got Soul
We hang out with people just like you


My hair's turning white,
my neck's always been red,
my collar's still blue,
we've always been herejust trying to sing the truth to you.
Yes you could saywe've always been,
Red, White, and Blue

Ride our own bikes To Sturgis
we pay our own dues,
smoking camels, drinking domestic
BREWSYou want to know where
I have beenjust look at my hands
Yeah, I've driven by the White House,
Spent some time in jail.
Momma cried but she still wouldn't pay my bail.
I ain't been no angel,
But even God, he understands.

My hair's turning white,
my neck's always been red,
my collar's still blue,
we've always been here
just trying to sing the truth to you.
Yes you could saywe've always been,
Red, White, and Blue


Yeah that's right!

My Daddy worked hard, and so have I,
paid our taxes and gave our lives
to serve this great country
so what are they complaining about

Yeah we love our families, we love our kids
you know it is love that makes us all so rich
That's where were at,
If they don't like it they can justget the HELL out!

Yeah!

My hair's turning white,
my neck's always been red,
my collar's still blue,
we've always been here
just trying to sing the truth to you.
Yes you could saywe've always been,
Red, White, and Blue
oh..oh..Red, White, and Blue....

terça-feira, 13 de janeiro de 2009

Conversas mágicas

Considero intrigante e admirável o modo como certas conversas nos embalam e nos iluminam. Não estou aqui levando em consideração a idéia de nos tornarmos seres iluminados, mas sim, me refiro a luz que reflete e que possa vir a tornar o escuro, ou a pequena névoa, um pouco mais claro.

Certos diálogos, que são realmente diálogos, nos fazem ir além da margem que nos colocamos. “Posso ir até ali, ou, consigo ir somente até tal ponto, no mais quem sabe, sou incapaz”. Mas quando há disposição e floreios na mente, o limite se torna vulnerável e os caminhos nos levam aos trilhos das moradas distantes. Os pensamentos pedem a carta de alforria, e passam a encontrar na disponibilidade do outro, a brecha amiga e companheira. Encontram as mãos, a inquietação e a cumplicidade do outro que empenha e fornece sua atenção e pensamentos.
Assim, o que sinto em relação a determinadas conversas, que gosto de intitular “mágicas”, é uma profunda intimidade com o passo a ser dado. Pois, é perceptível a encantadora e cativante presença da segurança e da consistência naquilo que está sendo interado. Se certas palavras são ditas é porque naquele momento e partindo daquela pessoa, pude perceber e sentir o passo firme em pisar nas terras do companheirismo sem julgamento ou ‘achismo’ acerca do que venha a ser certo ou errado. Ou seja, sem dedos apontados em direção aos meus olhos. Neste caso, lembro-me de Goethe quando diz que: "Diz-se da melhor companhia: a sua conversa é instrutiva, o seu silêncio, formativo."
É como o mágico da conversa me disse: “Mergulhamos em nós mesmos através do outro.”
Quando me encontro em direção a mais uma superação, consigo abrir as janelas e portas das moradas de ferros e deixar a corrente de ar encanar novos tons e novos sabores. Para isso, é preciso considerar mais do que a força da natureza no aspecto eólico, mas também a inclinação interna e impulso para que as aberturas aconteçam de forma coerente. Pois, caso abrirmos demasiadamente, o vendaval pode acarretar embaraçosas quedas, já que ventos intensos e constantes podem levar mais do que gostaríamos que levassem. Mas, caso não abrirmos o suficiente para o ar se renovar, podemos contar apenas com o mesmo ar, e pobre daquele que não se apropria da oportunidade de inovar.
Mergulhar em mares em que não conhecemos pode parecer ousadia, mas mais do que isso, é um ato de coragem. Não me vejo como um ser repleto de valentia, mas quando há firmeza, não hesito e não titubeio em expor o que habita as moradias dos devaneios.
Há conversas que extrapolam as palavras e tomam as barcas da intensidade da compreensão das expressões. E nesta ultrapassagem realizada na maré cheia, é altamente favorável navegarmos nas embarcações do cuidado em ouvir e cuidado em dizer. Pois, as palavras não são meras letras unidas, possuem além do rigor de seus significados, um adicional, o peso. E não considero este peso uma brisa suave e calma, mas também não o considero uma âncora ou um fardo. Talvez seja uma vela, já que sendo um material sólido há um determinado peso, porém auxilia na locomoção do barco.
Ora, ora. O que seria de mim sem uma vela? O que seria de mim sem uma navegação aberta? Assim, posso sentir os raios mais dolorosos e ardidos do sol, como também posso ver com toda a nitidez o brilho da lua. Posso sentir cada gota da chuva, e posso assistir ao filme dos raios e trovões no céu, ora cinza, ora azul.
Ah, o que seria de mim sem uma vela? A corrente de ar passaria, e meu barco continuaria no mar sem uma ferramenta de encontro que me levasse a seguir em frente, ou para o lado.
O que seria de mim sem as indagações críticas? Talvez mais uma ‘cri cri’ sobre o mundo, nas não sobre minha própria pessoa.
O que seria de mim sem o mundo mágico do diálogo? Talvez mais um truque fugaz na expectativa de concluir a ilusão da cartola. Quem sabe um puro monólogo funesto e intragável.
Certamente, recuso o pedestal. Quero um bom banco, uma boa conversa, um bom mágico e um bom andamento na caminhada mundana, seja neste mundo ou em outro.
Quero sim um chão inquieto, porém seguro. Quero uma maré cheia sem ondas desastrosas. Quero um barco a vela. Quero os ventos e brisas, pois estes nos impulsionam, entretanto, me recuso a enfrentar os ciclones e furacões, pois estes (ah estes!) tomam mais do que meus simples pensamentos, bebem a minha impaciente paciência.
Acabo aqui com Sêneca: "Conversa com aqueles que possam fazer-te melhor do que és."
Assim tenho feito.

Lembranças de um futuro.

segunda-feira, 5 de janeiro de 2009

Dom

Sou do tipo de pessoa que ouve várias vezes a mesma música. Leio e releio as letras, tento compreender o máximo que posso, e busco perceber atentamente e delicadamente o que ela me traz no momento. Cada vez que ouço e leio um poema musical o tenho de forma diferente. É como a frase de Heráclito “Ninguém se banha no rio duas vezes porque tudo muda no rio e em quem se banha." Assim é a música, assim são as palavras alinhadas.
Há uma música chamada “Dom Quixote” composta por Humberto Gessinger, que faz parte do meu repertório oficial e amável. Integra aquela lista que pela manhã, ao acordar, tenho gosto em ouvir. Mas, minha querida “Dom” nunca fez tanto sentido como hoje, como esta noite... Intensamente abarrotada de sentimentos.

Dom Quixote

Muito prazer, meu nome é otário
Vindo de outros tempos mas sempre no horário
peixe fora d'água, borboletas no aquário
Muito prazer, meu nome é otário
na ponta dos cascos e fora do páreo
puro sangue, puxando carroça
Um prazer cada vez mais raro
aerodinâmica num tanque de guerra,
vaidades que a terra um dia há de comer.
"Ás" de Espadas fora do baralho
grandes negócios, pequeno empresário.
Muito prazer me chamam de otário
por amor às causas perdidas.
Tudo bem, até pode ser
que os dragões sejam moinhos de vento
Tudo bem, seja o que for
seja por amor às causas perdidas
Por amor às causas perdidas
tudo bem...até pode ser
Que os dragões sejam moinhos de vento
muito prazer...ao seu dispor
Se for por amor às causas perdidas
por amor às causas perdidas

Comentando...

As borboletas estão no aquário, mas não deveriam estar no estômago? Aquela sensação, por vezes gostosa, de que elas estão dando piruetas e bailados dentro de nós? Cadê as borboletas? No aquário mesmo?
Causas perdidas... Quero boas causas e por elas vou até o fim. Vou sem medo e com as armas da verdade. Não é uma guerra, é uma causa em que se aplica a não violência. Não pretendo ferir e nem ser ferida, pois não sou uma fera. As feras abocanham sem dó suas presas, e eu diferentemente, tento me colocar intensamente ao lado do outro sem amedrontá-lo e com sentidos atentos, pois não são presas, são parceiros. As causas abarcam mais do que boas ações, integram os bons desejos e as boas vontades.

Namastê!

sexta-feira, 2 de janeiro de 2009

2009?

Um brinde!
Brinde que me lembra Quintana.

"Bendito quem inventou o belo truque do calendário, pois o bom da segunda-feira, do dia 1º do mês e de cada ano novo é que nos dão a impressão de que a vida não continua, mas apenas recomeça." Mário Quintana

Doce ilusão. De um segundo para outro transborda um novo ano, e como dizem por ai "Ano Novo, vida nova". As mudanças se dão em um simples piscar de olhos? Quem dera... É apenas uma noite que continua noite de um dia. Por isso, vivo meus dias sem limitá-los, sendo que o que os diferenciam é a luz solar, que ora está pedindo atenção, ora se ausenta e deixa o brilho na lua.
Um brinde aos dias que estão por vir, não apenas os que convencionalmente são de 2009, mas todos que irão fazer parte deste caminho turbulento e delicioso que é a vida!


 
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