Silent Lucidity: março 2009

domingo, 29 de março de 2009



E a vida Khell? Como está?

Está bem, tranqüila.

A estrada é estranha, já dizia Gessinger, mas o estranho não significa ruim. Creio na polaridade, mas não levo tão a sério as extremidades.

A foto. Como não se sensibilizar diante de um belo fenômeno natural como este? Passando a tarde em Sambaqui, pude contemplar um por do sol intenso que me fez aprisionar o olhar. O foco era a tal beleza triunfante de uma naturalidade única. As formas iam se modificando, tornando cada cena uma raridade singular. Senti-me preenchida e intensamente tocada.
A percepção da visibilidade une o real e o visível, porém, certos acontecimentos extrapolam e transcendem aquilo que enxergamos fisiologicamente. Abri-se um canal com os sentimentos mais invisíveis, trazendo à flor da pele a energia receptível e a ressignificação de elementos constitutivos.

Uma abordagem racional explica até certo ponto, mas eu quero mais sentido ao sensível.
Creio que ao direcionarmos nossos olhares, interagimos e nos relacionamos de diferentes formas, seja por deslumbramento ou revolta. Estas que nos auxiliam na construção subjetiva e particular dos nossos olhares.

Estava eu pensando sobre o passar. Deixamos passar tantas oportunidades e não sei ao certo porque, em alguns momentos, simplesmente deixamos passar. Por que não agarrar com força? Por que não adentrar uma trilha diferente? Por que não tentar pisar em pedras desconhecidas? Claro que o risco é inevitável. Se a pedra for solta? Se tiver limo? Mas os riscos são importantes, assim como dar o passo.
Será que devo? Será que vou? Eu prezo, e muito, a voz da tentativa, o laço do novo (não desprezando o que se passou) e o mistério do amanhã.


Uso as palavras para compor os meus silêncios
Não gosto das palavras
Cansadas de informar.
Dou mais respeito
as que vivem de barriga para o chão
tipo água pedra sapo.
Entendo bem o sotaque das águas.
Dou respeito às coisas desimportantes.
Prezo insetos mais do que aviões.
Prezo a velocidade
das tartarugas mais do que dos mísseis.
Tenho em mim um atraso de nascença.
Eu fui aparelhado
para gostar de passarinhos.
Tenho abundância de ser feliz por isso.
Meu quintal é maior que o mundo.
Sou um apanhador de desperdícios:
Amo os restos
como as boas moscas.
Queria que a minha voz tivesse um formato de canto.
Porque eu não sou da informática:
Sou da invencionática.
Só uso as palavras para compor meus silêncios.
(O apanhador de desperdícios, IX)

Manoel de Barros



Faço minhas as palavras de Manoel.


Om Namo Amidabhaya, Buddhaya, Dharmaya, Sangaya!

Namastê!

quinta-feira, 19 de março de 2009

Seis... abstrato!


Estação da mente...

Nada está parado, nada é linear, nada segue um fluxo constante e uniforme, afinal, nada é tão homogêneo assim. Nada, absolutamente nada é nada.
A subjetividade à deriva. Céu iludido, céu medonho, céu eleito num caleidoscópio quebrado.

O nada também me tira do chão.

A amizade se faz presente. Anna Ju desembarcou na ilha. Eis que ela chegou com seus olhos ardentes, lacrimejados e saudosos, pareciam duas lagoas límpidas. Quanto aconchego...
Na bagagem um lembrete: “Lembramos de você em tudo que fizemos e fazemos.” Entre tantas lembranças e conforto, um vinil do David Bowie. Entre tantos pensamentos, um íntimo de seis amigos revelado com ternura e coração. Bons corações. Pessoas boas.
Londres não é a mesma porque Anninha Flor está aqui, mas logo o Brasil não será o mesmo porque a andorinha tomará seu vôo.
O meu querer diz: quero as seis formigas abraçadas, seja no Brasil ou em qualquer lugar do mundo.

Leo, Stone, Poka, Dennis, Anna e Khell. Uma banda? Sim. Uma turma animada? Sim. Amizades verdadeiras? Sim. Pluralidade? Sim. Coração? Sim. Sorrisos e gargalhadas? Sim. Saudades? Ah, muitas.

O importante não passa batido, mas pode passar abatido. Embrulho desejante de um ser viajante.

Orraxxx, quantas emoções numa semana.




sábado, 14 de março de 2009

Deep Purple!!

O ritmo dos acontecimentos anda acelerado. Por um lado é ótimo, a vida em movimento nos mostra que estamos vivos e resistentes. Por outro lado, cadê o descanso?
Assim, o blog fica as moscas já que o tempo está as avessas.

Mas, dia 05 (já faz alguns dias) fui ao show do Deep Purple, e melhor, aqui em Floripa!! Quem diria...
Uma noite que entrou pra história! Mil maravilhas...


Perfect Strangers
Can you remember remember my name
As I flow through your life
A thousand oceans I have flown
And cold spirits of ice
All my life
I am the echo of your past
I am returning the echo of a point in time
Distant faces shine
A thousand warriors I have known
And laughing as the spirits appear
All your life
Shadows of another day
And if you hear me talking on the wind
You've got to understand
We must remain
Perfect Strangers
I know I must remain inside this silent
well of sorrow
A strand of silver hanging through thesky
Touching more than you see
The voice of ages in your mind
Is aching with the dead of the night
Precious life (your tears are lost infalling rain)
And if you hear me talking on the wind
You've got to understand
We must remain
Perfect Strangers

segunda-feira, 2 de março de 2009

Voltando...

Recomeçaram as aulas, e a estréia foi inusitada... 39,5 de febre. Pouco? Muito? Apesar das dores e da sensação de que meu corpo estava pegando fogo, o dia rendeu.
A febre ainda está aqui, mas se pudesse voltar no tempo faria tudo novamente. Tomaria o mesmo banho de chuva, andaria com os mesmos passos felizes pela Lagoa da Conceição e me sentiria alegre por tudo isso. Afinal, uma companhia agradável vale a pena.

 
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